segunda-feira, 3 de setembro de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

A CÁRIE É COISA SÉRIA...

BEM MAIS SÉRIA, ALIÁS, DO QUE VOCÊ TALVEZ IMAGINA. ACREDITE, ELA PODE COLOCAR ATÉ SEU CORACÃO SOB RISCO


Você já teve algum dente cariado? Se a resposta for sim, saiba que não está sozinho. Ela é considera a doença – sim doença – mais comum no planeta, atingindo cinco bilhões de pessoas. Para ter ideia 88% dos brasileiros já sofreram com o problema ao menos uma vez, segundo o Ministério da Saúde.
Para criar uma consciência sobre a gravidade desse buraquinho no esmalte dentário, chega ao país a Aliança para um Futuro Livre de Cárie, iniciativa internacional que reúne experts em odontologia ao redor do globo com a missão de alertar os profissionais da saúde e desafiar os responsáveis por políticas públicas sobre a necessidade de educar a população para prevenir o problema.  “Nossa meta é ensinar as pessoas que o diagnóstico é simples é deve ser feito o mais rápido possível”, conta o odontologista Marcelo Bonecker, professor da Universidade de São Paulo e presidente da Aliança no Brasil. Ousada, a empreitada almeja que crianças nascidas a partir de 2026 sejam livres de cárie.

A ORIGEM DO BURACO

Tudo tem inicio quando a saliva não realiza uma de suas funções primordiais, que é ajudar a manter o pH da boca estável e, com isso, manter o esmalte, uma espécie de escudo dentição, intacto.  Fatores com a má alimentação, a falta de higiene impedem que este detergente natural equilibre o pH e, abrindo alas para a acidez. Ela contribui para a explosão demográfica de bactérias que vivem ali sossegadas e são responsáveis por converter o açúcar dos alimentos em mais e mais ácidos. Esse círculo causa estragos.

“Os micro-organismos destroem o esmalte e, se não controlados, podem consumir o dente todo” explica o odontologista Luiz Akaki, de São Paulo. Essas verdadeiras erosões são agravadas por determinados quadros de saúde. Asmáticos, por exemplo, estão mais sujeitos a sofrer com elas. “Quando respiramos pela boca, a secreção salivar diminui , baixando a proteção do dente contra bactérias”, aponta Bonecker. “Com a secura, a tendência é tomar bebidas doces, o que piora de vez é a situação”, completa. Outra doença que a apresenta de muita carie pode denunciar é o diabete. Nele, os níveis de glicose vão às alturas e são outro sabotador da produção de saliva. Às vezes , porém, é a carie que causa novas confusões. Ora, os bichos cariogênicos financiam problemas no coração.

Para afastar o risco de cárie e doenças periodontais, escovar os dentes corretamente é o mais importante, mas a limpeza profissional também não deve ser desprezada. Recentemente, a American Heart Association publicou um estudo revelando um dado inusitado: pessoas que se submetiam com frequência a esse procedimento no consultório apresentavam uma probabilidade 24% menor de ataque cardíaco e 13% mais baixa de um acidente vascular cerebral. Nada mal...

Essa relação tem uma explicação simples. Uma gengiva inflamada, ou uma cárie que já atingiu a raiz do dente, libera no corpo uma porção de substâncias inflamatórias. Esses agentes desestabilizam a placa de gordura que existem nas artérias, favorecendo o seu rompimento”, esclarece o dentista Ricardo Neves, diretor da Unidade de odontologia do Instituto do coração (Incor), em São Paulo. A inflamação pode dificultar o fluxo do sangue até que ele pare totalmente, ao gerar coágulos ou placas que tampam totalmente 100% da passagem. É esse acidente de trânsito que deflagra infartos e derrames.
O elo entre saúde bucal e doenças cardiovasculares é tão relevante que desde 1977 existe no Incor uma divisão especialmente focada em tratar problemas na cavidade oral dos pacientes cardíacos. A preocupação é justamente evitar o risco de endocardite, infecção grave com índice considerável de mortalidade. “A boca é responsável por 40% das ocorrências desse mal, e nossa função é evitar que todo o esforço vá por água abaixo”, expõe Neves. O cardiologista Max Grinberg, diretor da Unidade de Volvopatias do centro de referência paulistano completa: “Sempre recomendamos que os pacientes com disfunções nas válvulas cardíacas façam visitas regulares ao odontologista”.

Mesmo quem tem o peito batendo no ritmo certo não deve fugir da cadeira do dentista. “Apenas o profissional consegue retirar o tártaro, a placa bacteriana que enrijece após 48 horas sem remoção, e realizar o polimento, que evita por um bom tempo a adesão de novas placas”, explica Luiz Akaki. Capriche no uso do fio dental – só ele é capaz de limpar o espaço entre os dentes. Enxaguatórios bucais, de preferência sem álcool, também ajudam a limar a placa e alcançam lugares aonde escova e o fio não chegam. Com a higiene em dia, é possível eliminar o perigo na boca – e no coração.   



LIMPEZA CERTEIRA


VAI E VEM CORRETO

A maneira mais eficaz de fazer o acessório trabalhar direito é movimentá-lo no sentido oposto ao da gengiva. Sempre.



DE PAR EM PAR

Na hora de empunhar a escova, encare os dentes de dois em dois. Assim. O tempo investido na higiene tende a ser maior. 




NÃO SE ESQUECA DA LÍNGUA

O ideal é utilizar um limpador especial, porque as bactérias grudam nela também. Na falta dele, a escova cumpre bem esse papel.